A Tecnologia Bluetooth nos Capacetes de Motociclistas: Praticidade ou Risco?
- DARELI SEGUROS
- 4 de jul. de 2023
- 3 min de leitura

Com o avanço da tecnologia, novas opções têm surgido para tornar a experiência dos motociclistas mais segura e prazerosa. Entre elas, destacam-se os capacetes com sistema viva-voz integrado, que permitem a conexão com dispositivos móveis por meio da tecnologia Bluetooth. Essa funcionalidade oferece a possibilidade de atender ligações telefônicas e até mesmo ouvir músicas enquanto se está na estrada. No entanto, é importante ressaltar que o uso dessa tecnologia em capacetes pode gerar controvérsias e levantar questões sobre a segurança no trânsito.
Benefícios e praticidade:
Os capacetes com sistema viva-voz integrado têm se tornado populares entre os motociclistas devido à praticidade que oferecem. Com a conexão Bluetooth, é possível receber chamadas sem precisar parar a motocicleta ou mexer no celular, o que pode ser especialmente útil em situações de urgência. Além disso, a possibilidade de ouvir música enquanto se pilota pode tornar a viagem mais agradável, contribuindo para o entretenimento e o conforto do motociclista.
No entanto, é importante analisar os possíveis riscos associados ao uso dessa tecnologia. Segundo especialistas consultados por UOL Carros, o uso de capacetes com sistema viva-voz integrado pode ser equiparado à condução de veículo automotor com fones de ouvido ou durante o manuseio do celular. Essas atividades podem distrair o motociclista, comprometer sua atenção na estrada e aumentar os riscos de acidentes.
É válido ressaltar que a venda de capacetes com sistema viva-voz integrado ou de kits Bluetooth separadamente é permitida. No entanto, é importante verificar as normas e regulamentações locais sobre o uso desses dispositivos durante a condução de veículos. Em alguns países ou jurisdições, o uso de fones de ouvido ou o manuseio do celular podem ser considerados infrações e resultar em penalidades.
Essas práticas são proibidas, tipificadas como infração de natureza média no CTB (Código de Trânsito Brasileiro). As penalidades previstas são multa de R$ 130,16 e cinco pontos no prontuário do condutor.
Infração é difícil de ser fiscalizada
Segundo o advogado e escritor Marco Fabrício Vieira, membro da Câmara Temática de Esforço Legal do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), vários motociclistas usam o capacete com Bluetooth sabendo que conduzir motocicleta usando fones é proibido e rende multa.
No caso desses capacetes, eles trazem fones ou alto-falantes integrados, bem como microfone, mas esses itens não costumam ficar visíveis em eventual blitz de trânsito.
"Motociclistas têm adquirido capacetes com Bluetooth justamente para escapar da fiscalização, pois é extremamente difícil de constatar a infração. Não há dúvida de que o uso dessa tecnologia por motociclistas oferece risco à própria segurança e do trânsito em geral, pois o condutor fica impossibilitado de ouvir o ambiente ao seu redor"
Marco Fabrício Vieira, membro do Contran e advogado especializado em leis de trânsito
Vieira acrescenta que o risco de acidentes fica ainda maior se o som estiver em volume elevado, já que "o sistema cognitivo do condutor foca mais em ouvir o som do que dirigir, o que pode ser nocivo".
"Esse hábito fere um dos cinco elementos da direção defensiva, que é a atenção. A falta de atenção provocada pelo som nos ouvidos impede que o condutor ouça uma buzina ou até a sirene de uma ambulância ou o apito de uma autoridade do trânsito".
Viva-voz no carro é permitido

Marco Fabrício destaca que a legislação permite o uso do sistema Bluetooth integrado aos alto-falantes dos carros em geral, para fazer e receber chamadas telefônicas oriundas do aparelho celular e também para consumir música e outros conteúdos em áudio.
Ao mesmo tempo, como nas motos, dirigir automóvel com fones de ouvido ou mexendo no telefone é proibido.
Daí surgiram os capacetes com caixas amplificadas integradas - vale destacar que algumas poucas motos de grande porte têm alto-falantes acoplados na carenagem, dispensando o uso de fones de ouvido - nesse caso, a exemplo dos carros, a tecnologia viva-voz ou até a reprodução de música estão autorizadas nos veículos de duas rodas.
Fonte: UOL Carros
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